Eu li uma matéria no jornal Valor Econômico em agosto de 2014 de um estudo feito sobre as vantagens de investir em uma carteira diversificada de ativos como CDI, RF e bolsa. O artigo em questão foi reproduzido no final deste post.
Nesta matéria escrita por Luciana Seabra, intitulada Um ovo em cada cesta, é descrito um estudo da gestora de fortunas GPS mostrando que um portfólio diversificado de perfil moderado teve uma rentabilidade significativamente superior a média do mercado com apenas 12% em renda variável (índice IBrX).
Este estudo considerou dados de janeiro de 1999 até junho de 2014, portanto 15,5 anos.
Este portfólio era composto por:
12% Renda Variável - IBrX
33% CDI
15% IMA-B (índice que espelha uma cesta de títulos públicos indexados à inflação de diferentes vencimentos)
40% IFMM (indicador criado pelo BTG Pactual que espelha o retorno de uma cesta de fundos multimercados)
Veja abaixo o retorno do portfólio e dos principais índices individualmente neste período:
Portfólio do estudo: 1012%
IBrX: 1620%
Ibovespa: 683%
Dólar: 82%
CDI: 737%
IPCA: 171%
IFMM: 683% (de 2000 à 2014)
IRF-M: 696% (de 2000 à 2014)
IMA-B: 380% (de 2004 à 2014)
Quando li a matéria no jornal impresso, guardei para analisar melhor depois. Finalmente encontrei o jornal guardado estes dias e pude olhar com mais atenção, uma vez que algumas coisas me chamaram a atenção:
Primeiramente, repare que em geral as pessoas falam que o CDI bateu a bolsa nos últimos anos e tudo mais, mas temos que levar em consideração que a composição do Ibovespa até 2013 era muito ruim para a rentabilidade e não representava uma média boa da bolsa brasileira (isso mudou em 2014 e agora está melhor). Sendo assim, o Ibovespa rendeu 683% em 15 anos, perdendo para o CDI que foi de 737%. Mas se levarmos em consideração o IBrX, que é um índice que leva em consideração o valor de mercado das empresas, o retorno foi de 1620%, portanto mais que o dobro do CDI.
Outro ponto importante é que pelo estudo, foi considerado um investimento inicial, por exemplo de R$ 100mil na proporção estipulada e ao final de cada ano o investidor ajustava a composição da carteira, voltando para esta composição, portanto o famoso método de alocação de ativos. Por exemplo: Se num ano um dos investimentos subiu muito mais que os outros (exemplo bolsa), o investidor teria que tirar uma parte da bolsa para alocar naquele que ficou abaixo, começando o ano seguinte na mesma proporção estipulada inicialmente.
Com o ponto observado acima, eu fiz um estudo simulando a mesma situação, mas sem fazer a realocação dos ativos, ou seja, coloca os mesmo R$ 100mil no início e tira no final dos 15 anos sem tocar no dinheiro anualmente.
Abaixo os resultados:
Com balanceamento anual: 1012%
Sem balanceamento anual: 947%
Veja que ao ignorar o balanceamento, houve uma perda para o investidor. Pode até parecer pouco, mas para alguém que colocou R$ 100mil, o primeiro terminou com R$ 1,012 milhão e o segundo R$ 947mil (diferença de R$ 65mil). Considerando que o rebalanceamento potencializou o retorno, vejo como ponto positivo e não negativo (não foram considerados os custos do rebalanceamento, como corretagem e IR).
Não sou a favor de vender um que está acima do objetivo para comprar o que está abaixo, pois na maioria das vezes isso implica em custos (corretagem, IR, etc), mas se considerarmos uma estratégia de aportes periódicos, aportar no item que está abaixo do objetivo, para buscar igualar, me parece uma boa prática.
Eu cheguei a fazer um estudo por minha conta, considerando dois cenários adicionais:
1) Aportes anuais sempre no mesmo portfólio da carteira
2) Aportes anuais naquele ativo que está abaixo do objetivo
Infelizmente os dados destes estudos adicionais não podem ser comparados ao do estudo feito pelo jornal, pois o do jornal considera um aporte único, então a comparação fica incompatível pelo custo do dinheiro ao longo do tempo (se alguém souber a melhor forma de comparar por favor me avise).
Mas considerando somente os 2 cenários com aportes anuais o retorno foi o seguinte considerando a taxa interna de retorno (função IRR() do Excel):
1) aportes com proporções fixas: 12,99% a.a.
2) aportes no ativo abaixo (para rebalancear): 13,22% a.a.
Considerando aporte inicial de R$ 100.000,00 e aportes anuais de R$ 20.000,00 ao ano (corrigidos em 6% ao ano), o acumulado para o primeiro caso foi de R$ 2.288.060,00 e no segundo foi de R$ 2.347.940,00. Mais uma vez, portanto, a alocação considerando o balanceamento (aporte no ativo que ficou pra trás), se mostrou ligeiramente vantajosa. Neste caso os custos operacionais seriam os mesmos para os 2 cenários, pois não há venda.
Conclusão:
De acordo com o estudo, foi mostrado que uma estratégia de alocação de ativos, com proporção estipulada e com balanceamento anual (inter-ativos) se mostrou vantajosa se comparada a uma estratégia que não faz o balanceamento (sem considerar custos adicionais). Da mesma forma, uma estratégia de aportes periódicos nos ativos que ficaram para trás, buscando a proporção estipulada inicialmente, se mostrou vantajosa a uma estratégia de alocação sempre na mesma proporção fixa.
Apesar dos estudos serem referentes a uma alocação inter-ativos, tenho a impressão que os mesmos resultados podem ser replicados se considerarmos uma carteira diversificada e balanceadas intra-ativos (exemplo: carteira diversificada de ações).
Espero que tenham gostado, caso tenham dúvidas, comentários, observações ou tenham encontrado alguma inconsistência, deixe seu comentário abaixo.
Informações adicionais:
A alocação estipulada no estudo foi adaptada uma vez que nem todos os ativos estavam disponíveis desde o início do período, desta forma a alocação foi:
1999: CDI (88%) e IBrX (12%)
de 2000 à 2003: CDI (33%), IBrX (12%), IRF-M (15%) e Multimercados IFMM (40%)
à partir de 2004: CDI (33%), IBrX (12%), IMA-B (15%) e Multimercados IFMM (40%)
Link para a matéria completa: Um ovo em cada cesta
Abaixo tomo a liberdade de publicar a matéria completa para efeito único e exclusivo de estudo, sem o objetivo de violar os direitos autorais do jornal e do autor. Caso os donos dos direitos autorais tenham alguma objeção, peço que entrem em contato com o blog através do e-mail economicamenteincorreto@gmail.com
Representação gráfica com a tabela de rentabilidades:
clique na imagem para ampliar |
Um Ovo em cada cesta
Valor Econômico – SP – 05/08/2014
05/08/2014 às 05h00
Por Luciana Seabra | De São Paulo
Diversificar é um mantra conhecido no mundo dos investimentos, mas não é apenas um ato de fé. Um prato variado composto por títulos de renda fixa pós-fixados e indexados à inflação, fundos multimercados e bolsa rendeu ao investidor brasileiro, em média, 16,5% a cada um dos últimos 15 anos. Mais do que os 14,7% do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), referência para aplicações conservadoras, e muito além dos 14,3% anuais do Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira.
O estudo é da gestora de fortunas GPS. Em seus 15 anos, completados hoje, o portfólio, pensado para um investidor entre moderado e arrojado, transformou R$ 100 em R$ 1.112,30. Indexado ao CDI, o mesmo valor chegaria a R$ 836,30. Quem optasse por deixá-lo em dólares teria hoje R$ 182,30.
Aplicar em IBrX até levaria a um bolso mais polpudo, com R$ 1.720,20, mas às custas de muito mais estômago. Enquanto o índice que mede o retorno de 100 ações oscilou de prejuízo de 41,8%, em 2008, a ganho de 154% em 1999, o portfólio teve trajetória mais suave. Em nenhum dos 15 anos foi o pior ou o melhor investimento, recebendo medalha de bronze em oito deles. A carteira também não registrou prejuízos, variando entre ganho de 3% no pior ano, 2008, e de 40,6% no melhor deles, 1999.
“No ano a ano, o portfólio parece ser mediano, mas, na verdade, no acumulado, é bem mais rentável do que a maior parte dos índices”, diz George Wachsmann, sócio da GPS. Ao olhar para o passado, o investidor pode até pensar que preferia ter investido todo o patrimônio em títulos indexados à inflação em 2012, por exemplo, ou no dólar em 2008. “Dá para dizer ano a ano que produto foi o carro-chefe. Se você tivesse bola de cristal, seria incrível”, completa Wachsmann. Para quem não tem, melhor diversificar.
O fato de a carteira balanceada ser menos volátil do que a maior parte dos ativos fica claro no diagrama de rentabilidades montado pela GPS, que lembra a tabela periódica de elementos químicos aprendida na escola. O portfólio ocupa sempre as janelas centrais (veja acima). O modelo é com frequência usado no mercado, principalmente no exterior, para mostrar a trajetória dos ativos.
As conclusões valem para um investidor que aplicou, durante os 15 anos, 33% do seu portfólio em CDI, 15%, em IMA-B – índice que espelha uma cesta de títulos públicos indexados à inflação de diferentes vencimentos -, 12%, em IBrX e 40%, em IFMM, indicador criado pelo BTG Pactual que espelha o retorno de uma cesta de fundos multimercados. Os índices sem histórico completo foram substituídos por similares nos primeiros anos do estudo.
A simulação feita pela GPS está próxima a um portfólio verdadeiro criado para as famílias de alto patrimônio atendidas, hoje um total de 500, cujos ativos somam R$ 17 bilhões. Para mostrar de forma simplificada o efeito da diversificação, o levantamento não considera a gestão ativa em relação aos índices e o rebalanceamento do portfólio. Na prática, a carteira tem leves ajustes em relação à neutra a fim de refletir o cenário, o que, se bem feito, tende a agregar retorno.
Com os clientes da casa, a GPS incentiva o olhar de longo prazo para os investimentos, diz Wachsmann. “Você não tenta engravidar hoje e quer ver o filho pronto amanhã. Não toma a decisão de construir uma casa hoje e, no mês que vem, ela está pronta. Nada na vida real é investir hoje para colher no mês que vem.”
Uma observação mais atenta dos últimos 15 anos traz uma sensação de retornos cada vez menos fartos. De fato, o país convergiu recentemente para um padrão mundial de prêmio de risco mais baixo, tanto na renda fixa quanto na variável, diz Rogério Zanin, também sócio da GPS. “Flertamos com esse mundo e demos alguns passos para trás, mas o caminho provavelmente será voltar para essa trajetória”, afirma. O retorno de mais de 20% em um ano, como em 1999, 2003, 2005, 2006 e 2009, tende a ficar no passado, diz Zanin. Com um CDI mais baixo, aumenta a demanda pela assessoria financeira.
O estudo não contempla aplicações no exterior, que nos últimos anos vêm representando importante estratégia de diversificação. No caso da própria GPS, para complementar o portfólio, a gestora aloca hoje cerca de 25% do patrimônio do investidor lá fora. Em países desenvolvidos, um ganho entre 7,5% e 9% ao ano em dólar já é considerado um retorno razoável, diz Marcus Vinicius Gonçalves, diretor-presidente da Franklin Templeton no Brasil.
Somar ativos estrangeiros na alocação significou mais retorno nos últimos anos. Em 2013, por exemplo, o índice de ações americano S&P subiu 29,6%. Não é somente esse, entretanto, o benefício da alocação internacional, diz Gonçalves. “Ter investimentos lá fora te dá um colchão de proteção e reduz a correlação entre os ativos, porque você compra ciclos diferentes”, afirma. O investidor também garante assim, aponta, uma parte do portfólio desvinculada de questões internas que acarretam volatilidade, como é o caso hoje do processo eleitoral.
No exterior também vale a regra da diversificação, lembra Gonçalves. Com o elevado patamar do juro brasileiro, a busca do investidor por ativos no exterior tem se concentrado mais na renda variável. A exposição a ativos de fora pode ser feita via uma conta no exterior ou até mesmo por meio de um fundo local que investe 100% fora, com aplicação mínima de R$ 1 milhão. Clientes de varejo podem acessar multimercados, com autorização para investir 20% do patrimônio no exterior, ou carteiras de ações, que aplicam até 10% fora.
O que mais importa, diz Gonçalves, é a disciplina, não o “timing”, ou seja, a hora certa de aplicar. “O ideal é não pensar muito. Se você resolve escolher o dia certo, a chance de perder dinheiro e abrir mão de resultado no longo prazo é muito grande”, afirma. O investidor até pode querer aproveitar oportunidades de curto prazo, dando mais peso à bolsa em algum momento por exemplo, aponta Gonçalves, mas deve separar uma fatia pequena do patrimônio para isso, o chamado portfólio tático.
“Nesses dois últimos anos de deterioração do Brasil, a diversificação internacional ajudou bastante. Os portfólios tiveram na componente bolsa no exterior sua melhor condição de retorno”, diz Francisco Levy, diretor-executivo da área de gestão de patrimônio do UBS.
Ao construir um portfólio variado, diz Levy, o retorno não é a única meta. A casa também busca ativos pouco correlacionados, que se movimentem de maneira diferente. “Dado que eles oscilam de forma diferente, o resultado diário vai ser mais suave do que se você tiver um portfólio só com um ou com o outro”, afirma.
Ainda na linha de recorrer à diversificação para reduzir a volatilidade, uma lógica bem conhecida no exterior passou a valer recentemente no Brasil, aponta Guilherme Abbud, diretor de investimentos do HSBC. Ela indica o valor no longo prazo da composição de ações com títulos indexados à inflação. Abbud simulou o desempenho de um portfólio com 50% aplicados no IBrX e 50% no IMA-B. Parece uma combinação explosiva, mas o fato é que, nos últimos dez anos, essa carteira rendeu em média 3 pontos percentuais acima do CDI.
A lógica por trás da composição, diz Abbud, é que quedas da bolsa estão relacionadas à perspectiva de recessão. Para combater a desaceleração no crescimento, o Banco Central tende a reduzir os juros, acarretando ganhos para os títulos prefixados. Assim, quando perde em bolsa, o investidor ganha em juro. E vice-versa. No passado, o padrão não funcionava tão bem no Brasil porque, em períodos de recessão, o BC era obrigado a subir juro para desestimular a fuga de capitais, explica o diretor do HSBC.
“O grande pulo do gato é o momento em que o Brasil deixou de ser um eterno candidato à insolvência”, diz Abbud. “Essa foi uma tremenda mudança para a construção do portfólio no Brasil, mas infelizmente para os clientes ainda não é trivial”, diz. Em geral, o investidor acredita que, se uma parte grande da carteira está em bolsa, o restante deve estar bem seguro, de preferência indexado ao CDI.
A correlação não é perfeita. Em 2013, por exemplo, bolsa e IMA-B renderam prejuízos. Por isso, Abbud recomenda a composição para um período de mais de dez anos. É um bom destino, avalia, para os recursos da previdência.
“O incremento do retorno hoje passa pelo aumento de risco”, diz Guilherme Benites, sócio da Aditus Consultoria Financeira. Isso não significa necessariamente mais risco de mercado, considera, mas de crédito, por meio do acréscimo de títulos corporativos à carteira, ou de liquidez, via novos tipos de ações, como “small caps”.
No caso do investidor de pouco patrimônio, Benites alerta que é preciso ficar atento aos custos na hora de diversificar. Concentrar os investimentos em alguns ativos costuma garantir taxas mais baixas. Nesse caso, selecionar alguns fundos multimercados que recorrem a um grupo variado de estratégias pode ser uma boa alternativa.
Valor Econômico – SP – 05/08/2014
Importante:
Este material tem propósito meramente informativo. Não consiste em recomendação financeira ou estratégica para investimentos. Para saber mais sobre as opções de investimento e receber recomendações, procure uma instituição financeira com profissionais habilitados.
EI,
ResponderExcluirSeu estudo está perfeito! E ele é (mais um) tapa na cara com luva de pelica daqueles que desmerecem a Bolsa e ficam com mimimi de que a melhor coisa do mundo é investir na taxa livre de risco.
Veja só, investindo no IBrX, que tem um monte de porcaria junto, como qualquer outro índice, o investidor obteve um retorno MUITO acima do CDI, como você destacou. A composição do índice está no link abaixo:
http://www.bmfbovespa.com.br/indices/ResumoCarteiraTeorica.aspx?Indice=IBRX&idioma=pt-br
Imagine só se o estudo fosse feito com uma carteira de empresas boas... Enfim, falar sobre isso é chover no molhado!
No longo prazo, a Bolsa vai render mais que o CDI, mas não é por isso que devemos desprezar a nossa renda fixa, que é uma das melhores, senão for a melhor do mundo.
Abraços.
Fala IL,
ExcluirLembro que o estudo principal nem é meu, mas eu achei interessante analisar os resultados deste estudo com outras variáveis.
Faz tempo que venho observando o IBrX como um índice que representa melhor a economia do país. Bater o IBrX eu acho bem complicado, mas vamos acompanhar, este é o desafio.
Também tenho convicção que no longo prazo a RV vai ganhar da RF, mas como não temos certeza, temos que diversificar. Veja que no estudo, o portfólio tinha apenas 12% em RV e isso já potencializou os ganhos enormemente, com o que considero ser um baixo risco.
Abraços
EI,
ExcluirBater índices é moleza porque eles JAMAIS serão melhores que uma carteira formada por empresas boas diversificadas setorialmente.
Eu já tenho certeza, afinal, os fatos mostram isso, rs. O CDI comeu poeira no estudo visto que o IBrX (com um monte de porcaria no meio) rendeu mais que o dobro que ele.
Abraços.
Não é por acaso que nossa renda fixa paga os maiores juros do mundo.
ExcluirDe que adianta os juros serem 12% se a moeda está desvalorizando mais que isso e inflação está batendo recordes?
Muito interessante o artigo. Muita gente boa sempre alertou que o IBOVESPA era uma porcaria como índice. Veja que resultado muito bom do IBRx.
ResponderExcluirObvio, também, que para o longo prazo fica difícil abrir mão de um título com IPCA + >6% de juros... Mas, uma pessoa jovem deve sim ter parte considerável do seu portfólio voltada para o mercado acionário.
Anonimo,
ExcluirO Ibovespa melhorou em 2014, depois de uns 40 anos sendo uma porcaria. Concordo que não dá pra abrir mão da RF no Brasil e portanto a recomendação é diversificar.
Abraços
Estudo muito interessante, ótimo para demonstrar a importância da diversificação.
ResponderExcluirJá havia decidido incluir nos meus estudos o IBrX, talvez até deixá-lo como substituto definitivamente. Este texto só reafirmou minha decisão.
abraços
Valeu IC, eu também acho que vou começar a comparar minha rentabilidade com IBrX, mas se olhar bem, de 2014 prá cá ele e o Ibov estão mais próximos.
ExcluirAbraços
EI,
Excluirestranhei a diferença entre o retorno acumulado do bovespa e do CDI comparado com o que eu fiz no meu blog, principalmente este retorno monstruoso em 1999.
Achei que tinha feito desde 1999 também, mas na verdade o meu começou em 1995. Infelizmente não consegui dados do IBrX de antes de 1998, então não tive como reproduzir alguns cálculos.
Outro fato que achei estranho é que informam que o retorno era dos últimos 15 anos, mas capitalizaram 16.
Acabei chegando a conclusões interessantes. Você se importaria se eu escrevesse um post complementar sobre isso no meu blog? Vou escrever o texto e te enviar antes de publicar, se você se interessar pode colocar aqui também, ok?
IC,
ExcluirO IBrX eu acho que foi criado nesta época, então não devem haver dados anteriores disponíveis.
Não entendi muito bem o que você quis dizer com este negócio de 15 e 16 anos. Me explique, pois eu posso ter reproduzido alguma coisa errada.
Por favor faça o estudo que quiser, a ideia é compartilhar a informação ao máximo para maximizar o aprendizado.
Fique a vontade se quiser me enviar alguma coisa antes, tirar dúvidas ou publicar direto. Só me avise quando publicar para eu dar uma olhada pois fiquei curioso.
Abraços
Ótimo post.
ResponderExcluirMas teria como você simular uma carteira com realocação de 2 em 2 anos? Isto porque, de ano a ano, é quase inviável, principalmente na parte que se refere à RF, tendo em vista a diferença das alíquotas do IR.
Anonimo,
ExcluirAcho que você levantou um bom ponto e possivelmente seria mais vantajoso rebalancear em 2 anos, devido aos aliquotas de IR.
Vou tentar simular, mas o problema é que neste estudo não estão considerados os custos e IR, então fica mais complicado chegar num resultado mais preciso.
Abraços
EI,
ResponderExcluirSoh um ponto a acrescentar, e que voce disse implicitamente...
A alocacao de ativos desta forma se mostra promissora, se e somente se, as empresas forem empresas excelente e com grande potencial.
Uta!
Estag,
ExcluirIsso se você estiver falando em uma carteira somente de ações. Concordo com você que es empresas precisam ser boas e ter performance semelhante no longo prazo, mas precisaria um estudo mais detalhado.
Abraços
Estagiário: não é bem assim não. O IBrx-50 tem muita bomba. E o IBRx-100 tem mais bomba ainda e, salvo engano, este último rendeu mais do que aquele...
ResponderExcluirAnonimo,
ExcluirO que quero dizer eh que, se voce tiver um bomba em sua carteira e que esta caindo por algum motivo fundamentalista, sendo ele esporadico ou nao, voce ira colocar dinheiro nele, mesmo que ele nao seja um bom investimento naquele momento.
Anonimo,
ExcluirEntendi seu ponto, mas neste caso você está considerando o estudo como foi apresentado e usar o IBrX foi uma forma de ter a rentabilidade do mercado.
Acho que o que o Estagiário está falando é sobre a parte que comentei que uma carteira de ações deveria se beneficiar do rebalanceamento intra-ativo.
Estag,
Realmente o desafio é ter empresas que tenham bom desempenho no longo prazo ou pelo menos saber analisar se uma empresa começa a ficar ruim, e decidir a hora de parar de aportar ou de se desfazer dela.
Isso é o ponto chave senão você realmente corre o risco de ficar aportando num papel que te leva para o buraco. Mas aí a discussão é bem longa e foge do objeto do estudo, que está mais focado em diversificação e balanceamento inter-ativos.
Abraços
Gostei do post, acredito que se fosse selecionado somente boas empresas, a rentabilidade poderia ser muito maior no caso da Bolsa. Acredito que a maioria das pessoas que investe não é preparado emocionalmente para suportar momentos de turbulência e acaba migrando de vez para a renda fixa, esquecendo de aproveitar esses momentos para comprar mais barato.
ResponderExcluirOi Fábio,
ExcluirTambém acredito que fosse possível bater o IBrX, mas não acho tão simples, de qualquer forma poderia acontecer.
De qualquer maneira, se a porção em RV (12%) tivesse batido o IBrX, creio que isso não teria um impacto tão forte assim no final.
O desafio é estar preparado psicologicamente para aguentar as porradas quando o mercado está batendo, sem falar que a palavra chave é diversificação.
Abraços
Gostei do artigo, EI. Parabéns! Estou fora de ações por enquanto, quero montar uma carteira de 2 milhões com meu atual portfólio e aí reavaliar a compra de ações: ETFs ou eu mesmo escolher as empresas. Se você olhar o gráfico da antiga AMBV4 (atual ABEV3) de 2000 a 2013 ela subiu de 3,26 até 92,22 reais = 2.800%. Isso mesmo. E depois disso segue hoje na máxima histórica. O duro é o que vc disse: aguentar os socos e ocos do mercado. Meu medo (podem discordar… RSSS) é este governo imbecil que se mete em tudo e metido a politicamente correto vir avacalhar mais ainda o mercado.
ResponderExcluirMas minha lista hoje de ações teria obrigatoriamnete CIEL3, BBDC3, TAEE11, ABEV3, CCRO3. BBAS3 abaixo dos 20,00… abaixo dos 19,00 boa compra na certa.
HM,
ExcluirRealmente acredito que todo investidor tenha que ter uma parte em RV, mas com a RF tão atrativa, é desnecessário arriscar muito na RV. Acho até que 12% seja muito pouco, mas não vejo necessidade de ter mais de 50%.
Eu hoje tenho perto de 50% do meu capital, sem contar imóveis de moradia e investimento.
O problema de olhar uma Ambev e sua rentabilidade é que é muito difícil montar uma carteira só com estrelas. O bom senso manda diversificar e com isso você automaticamente fica exposto.
Muito boas as empresas que listou. Só não não gosto do BB em qualquer preço, principalmente nas mãos deste governo lixo.
Abraços
Difícil será encontrar a próxima AMBEV, quem será?
ExcluirHM,
ResponderExcluirEmpresas bem administras passam por cima de tudo, inclusive o PT. E, caso o pior aconteça, que diferença vai fazer estar na Bolsa ou na Poupança? Vamos todos juntos para o buraco!
Atualmente eu estou com 80% do meu capital na renda variável e 20% na renda fixa e pretendo ficar com 70% em RV e 30% em RF.
Abraços.
Olá, EI.
ResponderExcluirO artigo nada mais é do que a doutrina de alocação de ativos com balanceamento e uma estratégia passiva (não ativa) de escolha de ativos. É o que a esmagadora maioria da doutrina estrangeira fala ser o mais coerente para investidores amadores que não vivem o mercado como fonte principal de renda.
O portfólio que o estudo chegou nada mais é do que um portfólio otimizado. Entretanto, esses portfólios sempre são montados olhando para trás, não para frente. Assim, nada garante que esse mix seja o portfólio que renderia o melhor retorno com a menor volatilidade possível para esse grau de retorno.
Sobre os dados em si:
a) A contar de 1999 não se pega os anos de quase depressão econômica, nem taxa de juros altíssimas no período. Isso distorce um pouco resultado. Se fosse desde a estabilização acho que ainda assim o ERP seria negativo ou apenas levemente positivo;
b) Mostra que investir em dólar não pode ser uma parte substancial do patrimônio. Dólar é um seguro, mas sem perspectiva de retornos reais altos. Vale apenas, se quiser alocações maiores, se a pessoa quiser fazer tatical asset allocation.
É isso, abraço!
Soul,
ExcluirSim, é exatamente isso, tanto que o título do post é esse.
Não estou aqui defendendo isso ou aquilo e sei também que o estudo é tendencioso ao pegar de 1999 pra cá, mas podemos pegar outros períodos. O que eu quis mostrar e achei interessante foi:
- IBrX teve performance muito superior ao Ibovespa
- Uma carteira com perfil moderado teve performance acima da média com relativo baixo risco
- Se a bolsa tivesse tido performance muito pior, me parece que isso não teria prejudicado tanto a performance da carteira com 12% em RV
- O balanceamento anual foi benéfico quando comparado com um carteira que não teve ajuste.
Por outro lado, pegar de 1994 pra cá e assumir como a realidade do país eu também acho incorreto, pois de 1994 até começo dos anos 2000 a nossa economia sofria com problemas crônicos que foram resolvidos parcialmente (hoje temos outros problemas por outros motivos), portanto não acredito que teremos um período tão adverso (não do ponto de vista de performance, mas do ponto de vista de variáveis do mercado) como de 1994 à 2000.
A questão do cambio é mais complexa ainda, mas realmente investimento em dólar deve ser considerado em situações específicas.
Abraços
Olá, EI!
ExcluirEu sei que não colega. Creio que compactuamos da mesma ideia que não estamos aqui para gostar ou desgostar de algum investimento, mas sim para entendê-los melhor, de forma que possamos fazer melhores escolhas enquanto investidores.
Sempre teremos esse problema de escolher uma data específica. Porém, é inegável que a partir de 07/1994 nasceu outro país do ponto de vista econômico. É muito difícil, eu nunca encontrei, referências ao Brasil em livros estrangeiros para períodos anteriores a 1994.
Interessante mesmo sobre o IBRX, ele não é tão comentado, mas sempre gostei mais do PIBB (apesar de nunca ter investido), pois ele replica o IBRX.
Balanceamentos quase sempre são benéficos, é este o cerne da maioria dos livros intermediários sobre finanças em língua estrangeira (livros que falam sobre alocação de ativos).
Como a expectativa de retorno de ações é maior, faz todo sentido patrimônios em crescimento ter exposição acionária. Apenas não sei se essa exposição é tão necessário em patrimônios maiores, ou em fase previdenciária, com taxas de juros tão altas como no Brasil.
Aí eu discordo. Aconteceu, ponto. Se vai repetir, se não vai repetir, não cabe a nós julgarmos. O Brasil teve um boom no mercado acionário entre os anos 2000/2010, tanto que teve retornos anualizados em dólar de 20% aa, acho que foi o mercado que melhor performou no mundo na década passada. Aconteceu, não cabe ficar julgando o porque ocorreu numa análise estatística.
Abraços!
Esse sistema de rebalanceamento da alocação já é discutido nos EUA há uns 50 anos pelo menos.
ExcluirO problema do Brasil é o histórico curto e falta de previsibilidade do país. Muda um governo, muda tudo.
Não temos bases sólidas que permanecem. As leis mudam todo dia, o sistema tributário muda, a interferência governamental é grotesca.
A Petrobras e as elétricas que o digam.
Gostei deste trecho... pra refletir
ResponderExcluir"O que mais importa, diz Gonçalves, é a disciplina, não o “timing”, ou seja, a hora certa de aplicar. “O ideal é não pensar muito. Se você resolve escolher o dia certo, a chance de perder dinheiro e abrir mão de resultado no longo prazo é muito grande”, afirma. O investidor até pode querer aproveitar oportunidades de curto prazo, dando mais peso à bolsa em algum momento por exemplo, aponta Gonçalves, mas deve separar uma fatia pequena do patrimônio para isso, o chamado portfólio tático."