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quarta-feira, 3 de julho de 2019

IF, FIRE, TSR e Propósito

Hoje vou falar mais um pouco sobre a minha vida pessoal e profissional. No momento, passados os 41 anos de idade, estou em momento de grande reflexão sobre o propósito de vida. Sou casado há mais de 18 anos, feliz com o casamento, tenho 2 filhas, estou bem de saúde, uma carreira de sucesso (mais sobre isso abaixo), um excelente patrimônio e uma situação financeira praticamente resolvida (IF* conquistada com TSR* de 4% a.a que garante um bom padrão de vida).

Apesar disso tudo, nem tudo são flores, pois o ser humano nunca está satisfeito plenamente. A vida é como um jogo de video-game, quando você chega no final de um nível e já matou todos os monstros e chefões, precisa passar para um novo nível, com desafios diferentes.

Primeiro quero falar sobre IF (Independência Financeira). Apesar de ter chegado lá, não me imagino em uma situação de FIRE (Financial Independence, Retire Early) no momento. O primeiro ponto é que minhas filhas são pequenas (11 anos), e portanto não desejo estabelecer um teto de gastos pelos próximos anos, afinal, quero manter um bom padrão de vida para a família e oferecer o melhor que eu puder para elas, isso inclui opções para elas estudarem no exterior em algum momento ou até mesmo cursarem um curso de medicina, se desejarem (pelo meus cálculos custa em torno de R$ 8.000/mês, fora outros gastos).

Além de não desejar estabelecer um teto de gastos, ainda não me sinto confortável com uma TSR de 4% a.a.. Apesar de não ter feito estudos ou lido muito profundamente especificamente sobre TSR, o número mágico que muitos dizem é 4%, mas honestamente eu não me sinto muito confortável com isso. Quando o Brasil tinha taxas de juros reais acima de 4% a.a., me parecia um número confortável, mas agora com taxas reais mais baixas (entre 1,5 e 2,5%, já descontando inflação e IR), a brincadeira é um pouco diferente.

Quando penso na TSR de 4%, me vem a cabeça que inevitavelmente os 4% morderiam uma parte do principal e por mais que mesmo assim isso possa significar uma renda por longos anos, já vejo um risco na operação que coloca em risco o conforto no futuro.

O outro lado da moeda é a questão: Mas e agora? com todas estas conquistas, como deve ser minha ação com relação a vida profissional? Eu tenho mais de 20 anos de carreira, trabalhei por mais de 10 anos para uma empresa multinacional de médio porte e tive uma carreira meteórica, ao ponto de chegar a posição de presidente da unidade brasileira, com cerca de 40 subordinados diretos e indiretos. Após uma série de transformações por 3 anos seguidos, incluindo 2 fusões internacionais de grande porte, deixei a empresa no meio do ano passado.

Ao voltar a trabalhar depois de 4 meses, abri mão de muitas coisas, sobretudo renda e glamour, para uma posição mais modesta em uma empresa pequena. Poucos meses foram suficientes para que eu percebesse que, além das coisas que eu já tinha aberto mão, teria que enfrentar um modelo de gestão muito antiquado, amador e com pouca perspectiva de crescimento, por fim decidi deixar esta nova empresa também agora.

Mais importante do que estar ou não empregado, o momento é de grande reflexão sobre ter um propósito profissional, e até que ponto vale a pena eu continuar investindo na minha carreira se já não vejo o seu prolongamento por muito tempo (pensando na FIRE daqui uns 10 anos). Mais do que isso, até que ponto vale a pensa engolir sapos e começar novamente sendo que já alcancei quase tudo que gostaria.

Pretendo voltar a trabalhar, mas penso seriamente em investir meu tempo e disposição em algo que realmente me dê prazer e envolva menos politicagem, falsidade e bola nas costas (será que existe algum local ou trabalho sem estas coisas? rs). 

Na verdade penso em duas possibilidades: Ou vou trabalhar em algo que exija um maior esforço e dedicação, mas que valha a pena financeiramente, ou vou ter que abrir mão da parte financeira para algo de maior prazer. Acho pouco provável a opção prazer e alta renda. Já a opção pouca renda e pouco prazer não me agrada nem um pouco, e este foi o motivo da saída do meu último emprego.

A opção de buscar maior prazer no trabalho, inclui maior flexibilidade, o que me permitiria continuar participando e acompanhando o crescimento das filhas.

Em algum momento, quando minhas filhas estiverem encaminhadas e tenhamos acumulado um patrimônio para uma TSR de 3%, possivelmente eu parta para uma FIRE que considere menos trabalho e mais lazer. Acredito que daqui uns 10 anos, ou passando dos 50 de idade eu chegue neste ponto.

Por enquanto, estou praticando atividade física regularmente, tenho estudado e me preparado para voltar ao mercado de trabalho, mas desta vez pretendo ser mais seletivo e apostarei em uma composição de posição e empresa que tenham um perfil mais adequado para o que desejo e se encaixe no meu propósito (ainda a ser definido, rs).

Quem sabe eu consiga postar um pouco mais sobre as reflexões de propósito por aqui ...

Abraços

*
IF = Independência Financeira
TSR = Taxa Segura de Retirada

37 comentários:

  1. Se você já tem a Fire a TSW de 4%aa, para que consiga a mesma renda a 3%aa seu patrimônio teria que crescer 33,33% em termos reais. Isso você conseguiria com uma taxa de retorno real de apenas 2,91% ao ano.... Então, a sua Fire só demorará 10 anos para ser atingida se você obtiver rendimentos muito ruins e não guardar nada mais pelos próximos anos.

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    1. Isso aí Anon, a conta é mais ou menos esta, obrigado por me auxiliar. Eu não tinha feito a conta exata, mas de cabeça já tinha estes 10 anos, o que coincide com minhas filhas na idade adulta.
      Na verdade acho pouco provável ficar sem aportar neste período, logo os 10 anos dão uma boa folga para chegar em TSR inferior a 3%.
      Abraços

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  2. Importante lembrar que os estudos de TSR 4% (Trinity) levavam em conta o mercado americano, que nunca esteve nem perto de ter aplicações de renda fixa a 4% ano de juros reais, que dirá os 8% das NTN-B em 2015.

    Pelo contrário, esses estudos sempre indicam que o mais seguro é investir pesadamente em um portfólio com muito mais ações do que renda fixa (bonds).

    Quanto mais se colocava em bonds (percentualmente falando) mais a chance de fracasso (dinheiro esgotar ANTES dos 30 anos) aumentava.

    Por isso que nos fóruns americanos de finanças a galera pira em VTSAX, pois reúne o santo graal do investimento: mercado maduro americano, diluição de risco (investe em + de 3500 empresas), e baixíssimo custo (0,04%). Muitos FIRE's fazem praticamente ALL IN em VTSAX ..

    Tô dizendo isso tudo pq o Brasil é muito "sui generis" com essa taxa de juros alta. É difícil até explicar pra eles.... A nossa TSR, com o que as NTN-B pagavam em 2015, era muito maior que os 4% do estudo da Trinity, não dá nem pra comparar. Mesmo com essa queda, os 4% ainda são seguros, pois a TSR não pressupõe terminar com mais ou menos dinheiro que começou, mas sim terminar o período de 30 anos ao menos com um dólar no bolso. rs

    Claro que o maior risco, num eventual all in em NTN-B é o próprio default do governo brasileiro, ou deste "mudar as regras do jogo durante o jogo", como se costuma fazer.

    Eu acho que você está sendo extremamente conservador, o que nesse caso da FIRE, vai fazer trocar seu tempo escasso por mais alguns bons anos de trabalho. Eu acho que na sua idade eu me dedicaria mais a estudar essa questão da TSR e cogitaria uma aposentadoria precoce pra curtir um pouco a vida, família etc.

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    1. Amimal, sim, de fato você tem razão quando diz que estou sendo conservador, mas é bem do meu perfil ser conservador com este tipo de conta. Também acredito que a TSR de 4% tenha grande chance de ser realmente segura no BR, mas pensando num horizonte de 30 anos, tanta coisa pode mudar que vale a pena ser conservador. Imagina alguém se aposentou no modelo FIRE no final da década de 1980. tanta coisa mudou que sem dúvida as premissas estão todas inválidas, daí meu conservadorismo, afinal as coisas podem melhorar ou piorar.
      Obrigado pelas explicações, bem esclarecedoras.
      Abraços

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  3. Você omitiu um detalhe: a dor de ver a saída de dinheiro da sua bola de neve... KKKKK
    Quem, como você e eu, aprendeu a viver com menos e tem uma mentalidade poupadora de verdade, fica doente de ver de alguma maneira a bola de neve perder um "naco".
    Se eu não aportar pelo menos 10.000,00 reais num mês, fico doente! Não retiro grana dos meus investimentos - exceto quando troquei de apartamento. Só de pensar em sacar da minha carteira de investimentos, passo mal. A minha meta é bater os 8 milhões e receber na pior das hipóteses 0,5% ao mês de proventos, que daria 40 mil reais.

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    1. Heavy, é mais ou menos por aí, não consigo ver a bola de neve diminuir. Meu patrimônio cresce consistentemente desde que comecei a trabalhar (estágio) em 1993, sempre gastei menos que ganhei o que me fez guardar, pelo menos um pouco, todos os meses em mais de 25 anos. Só de pensar que a bola de neve pode parar de crescer já me dá desespero (um pouco psicológico isso, rs)
      Durante este tempo troquei de apartamento 2 vezes, compei imóveis e fiz viagens de férias um pouco exageradas, como esquiar na neve que é caro pra caralho, mas mesmo assim o bolo continuou crescendo.
      Abraços

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  4. Mas você não cogita a possibilidade de suas filhas conseguirem ingressar no curso de Medicina em uma universidade pública de elite? Nesse caso, seu investimento seria em cursinhos para elas. Economizaria mais de R$100 mil, com certeza.

    E quanto ao intercâmbio que você fala, seria bancar o ensino superior no exterior ou um High School? Por que caso elas façam faculdade no Brasil, sua despesa seria apenas com High School. Caso contrário, aí aumentará bastante.

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    1. Anon, cogito sim elas estudarem em universidade pública, mas quem garante que as universidades públicas continuarão a ser a elite. Por outro lado, quem garante que continuarão a ser gratuitas. Eu mesmo sou a favor de que sejam pagas, mas já é outra discussão.
      O importante é que quero ter a reserva, se não usar, melhor. Por outro lado podem estudar em uma escola de negócios tipo Insper em SP que custa mais de R$ 6.000/mês num curso de economia.
      Sobre o intercâmbio no exterior, ainda não está muito definido. Tenho cidadania Espanhola e penso em passar uns 2 ou 3 anos na Europa para elas estudarem, tipo high school, neste caso o custo dos estudos seria baixo, pois é do governo (apesar do custo de vida mais alto na Europa). Esta questão de morar um período, não em definitivo, no exterior ainda está em análise, junto com as possibilidades que coloquei na postagem, sobre propósito, trabalho, etc.
      Abraços

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  5. A pior coisa que vc pode dar aos seus filhos é muito conforto.
    Esse é o grande problema da classe media, os pais se matam de trabalhar, conquistam bens e entregam tudo pra geração mais improdutiva que ja existiu.
    Pense mais em vc, suas filhas terão que se virar assim como vc, muita proteção é a chave para uma frustração pessoal, profissional etc, ou vc tem certeza que sua filha vai querer realmente cursar o que vc deseja?
    Abraço.

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    1. Isso é a mais pura verdade Rafael. Acrescento ainda, outra coisa. O ideal são os pais darem conta de seus filhos até os 18 anos, depois o certo é deixar no modo " Se vira" . Só assim para aprender viver a vida.

      Mas eu entendo ele, todo pai que tem filha, costuma mimar mesmo, oque geralmente é um erro.

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    2. Concordo com o Rafael

      Vc possibilitando uma excelente educação de base (ensino formal, línguas, habilidades interpessoais como oratória, liderança, etc) já estará fazendo mais que 99% dos pais.

      Querer garantir uma "faculdade de medicina de 8 mil reais" é completamente irracional, na minha opinião. Com todo o respeito, quem teve uma educação de base forte como (aparentemente) suas filhas estão tendo tem a obrigação moral de cursar medicina (se for o curso desejado) numa universidade pública, ou numa particular via financiamento estudantil, sendo elas as responsáveis.

      Estamos botando em caixas fortes uma geração inteira de jovens amedrontados e paparicados.

      Garantindo benesses como "faculdade de medicina paga por mim" aos seus filhos vc NUNCA irá atingir a FIRE. Pq será o banco privado delas. Depois da medicina, elas vão querer dinheiro pra residência externa. Depois, para pagar o apartamento. Depois, para a festa de casamento. Depois, para ajudar a pagar as despesas com as crianças (seus netos).

      Aí sua vida passou e você está trabalhando aos 70 anos. Conheço um caso exatamente assim.

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    3. Minha opinião é parecida com a dos demais.
      Porém, quem conhece suas filhas é você, portanto você irá acompanhar o desenvolvimento dela, analisando comportamento, estrutura psicológica e poderá avaliar como proceder no que diz respeito a custear ou não os estudos.

      OBS: Peão Playboy você trabalha com seu pai até hoje e ganha mais que ganharia em outros locais por conta disso, porque não se amancipou aos 18 como você diz?

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    4. "Garantindo benesses como "faculdade de medicina paga por mim" aos seus filhos vc NUNCA irá atingir a FIRE. Pq será o banco privado delas. Depois da medicina, elas vão querer dinheiro pra residência externa. Depois, para pagar o apartamento. Depois, para a festa de casamento. Depois, para ajudar a pagar as despesas com as crianças (seus netos).

      Aí sua vida passou e você está trabalhando aos 70 anos."

      Exato ciclo sem fim.
      E para a FIRE o ciclo precisa se fechar, pode fazer milhares de contas Tsr 4% etc, nunca será o suficiente.

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    5. Discordo 1.000.000.000.000% de toda sua análise. Ele terá filhas, depois de formadas em medicina, independentes financeiramente (o comum nesta área).

      Pela sua (i)lógica, elas serão médicas incompetentes e dependentes do avô para tudo (teria até que bancar os netos...), o resto da vida. Que tal achar que elas serão bem sucedidas e ricas? Fica a dica.

      Obrigação dos pais é dar a melhor educação possível aos filhos, pois isso ninguém poderá tirar deles - e é com esta educação que eles farão dinheiro. E boa educação tem custo sim, só no mundo mágico da esquerda a educação de qualidade é de "graça".

      E um pai que tenha educação financeira, saberá a hora de dizer: saiam do ninho, águias, abram suas asas e voem!

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    6. "Obrigação dos pais é dar a melhor educação possível aos filhos, pois isso ninguém poderá tirar deles"

      E onde eu disse que teria que ser diferente?

      Falei justamente isso logo no começo:

      Vc possibilitando uma excelente educação de base (ensino formal, línguas, habilidades interpessoais como oratória, liderança, etc) (...).

      A melhor coisa que os pais podem fazer para os filhos é garantir uma educação RICA. E rica em todos os aspectos, não só no formal, da escola top de linha (que também é muitíssimo importante): línguas estrangeiras , de preferência com a VIVÊNCIA no exterior (high school nos EUA, p.ex), estimular pensamento crítico, num ambiente cultural em casa, estimulando a leitura e escrita; estimular cursos e capacitações multidisciplinares, como empreendedorismo, liderança, oratória, tecnologia...

      Uma criança formada nesse ambiente vai precisar ter custeada uma faculdade de medicina por quê?

      Não entrei no mérito da questão da taxação implícita das universidades públicas pq não faz o menor sentido, o FATO é que na medicina HOJE as melhores faculdades são as públicas. Que todos pagamos, todos sabemos. Mas entre ser o que vai usufruir desse curso ou o que vai pagar duas vezes (pela particular, e custeando a "gratuita" dos demais), eu preferiria que minhas filhas só pagassem UMA vez, via meus impostos. Não quer dizer que a partir disso elas estarão por conta própria. Ainda será necessário subsídio dos pais para custear os caríssimos livros de medicina, e nisso eu não vejo nenhum problema no pai custear, muito pelo contrário. É um investimento.

      "E um pai que tenha educação financeira, saberá a hora de dizer: saiam do ninho, águias, abram suas asas e voem!"

      Como, se até os 25 anos as filhas terão tudo de mão beijada???

      Será um pai-avô eternamente provedor.

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    7. HEAVY METAL, é muito conforto.
      Depois de um baita investimento na educação basica, ainda pagar 8 mil de faculdade, fora o MBA depois de formado (especialização etc), vai sair da casa dos pais depois dos 30 e olhe lá, medicina é mais uma ilusão da Brasil.

      Já que é pra bancar, bancaria Economia fora MBA, CFA, etc.. tudo fora do pais, sairia mais barato e no minimo ela iria administraria sua grana!

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    8. Rafael, Peão, Heavy Metal e Anonimo,

      Muitos comentários interessantes, eu concordo em algumas coisas com uns e em outras com outros, rs.

      Eu concordo por exemplo quando dizem que temos que tomar cuidado com o nível de conforto que damos aos nossos filhos, mas não sou radical a ponto de achar que eles tem que se virar aos 18 anos. Eu tive que me virar aos 16, quando comecei a trabalhar, eu paguei minha faculdade e aos 21 já tinha comprado meu 1.o apartamento para casar com 23, praticamente sem ajuda financeira dos meus pais (estudei em escola pública até chegar na faculdade).

      Por outro lado, posso dar um nível de conforto, bons estudos privados, curso de linguas top (Red Balloon), eventualmente intercambio e tudo mais. Isso não significa que eu não cobre que as minhas filhas tenham desempenho excelente e tenham valores de vida que considero relevantes para seu amadurecimento como pessoas.

      Tenho amigos que tem filhos nem-nem (nem trabalha nem estuda) aos 30 anos que já mudaram de faculdade 2 ou 3 vezes antes de largar ou ficar em um curso de baixo valor agregado. Eu não vou deixar que isso aconteça, vou dar todo o apoio enquanto as filhas demonstrarem que estão merecendo e somente até se formarem na primeira faculdade que entrarem, saiu da linha, não terá meu apoio financeiro.

      Tenho um amigo que fez o seguinte com a filha. Ele tem uma empresa de engenharia mecânica, e ganha uma grana. A filha disse que cursaria história. Ele então disse, ok, pode cursar história, mas vamos pegar quando ganha um professor de história em início de carreira e esta será sua mesada e terá que se virar com isso, incluindo o pagamento da faculdade. A filha mudou de ideia, cursou engenharia e já trabalha na empresa do pai.

      Realmente pensar em bancar curso de medicina para as 2 é uma grande pretensão, mas não quero descartar nenhuma possibilidade.

      De verdade, não teria muita dificuldade em pagar, mas concordo que existam possibilidades financeiramente mais interessantes, incluindo as cursinho + universidades públicas, e seguramente terão que ser colocadas a mesa para que não tenham tudo de mão beijada.

      Já falei com minha esposa que não vamos dar apartamento para as filhas e nem carro zero, e minha obrigação termina quando elas terminarem a faculdade. A partir daí elas se viram.

      As coisas mudam, mas por enquanto o pensamento é este.

      Abraços

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    9. Exatamente o que eu escrevi! Invisto pesado na educação dos meus filhos e acho uma besteira preocupar com “criar filhos acostumados” a receber apoio financeiro dos pais. Se não for dos pais, será de quem? Faculdade pública, misturar meus filhos com maconheiros e professores comunas, como hoje no Brasil? A educação pública no Brasil virou um lixo ideológico e de péssima qualidade no geral. Prefiro que trabalhem depois de muito bem formados (fazem estágios durante o curso que escolherem) e tem muita gente aqui escrevendo um monte de besteira. Residência médica você RECEBE para fazer, recebe...
      EI, seu pensamento está corretíssimo! Melhor investimento que você pode fazer para suas filhas sempre será uma boa educação, pois isso ninguém rouba. Estão vendo pelo em ovo. Eu, além de educação tradicional também educo meus filhos FINANCEIRAMENTE. Duvido que o EI seja um mané, que vai ralar, poupar, batalhar a vida toda e criar duas sanguessugas dentro de casa! Chega a ser hilário pensar isso de quem aprendeu como chegar na IF.
      Muitos falam do que acham, eu falo do que conheço. Tenho três amigos, irmãos e médicos RICOS. Filhos de pais pobres, que gastaram tudo que tinham para formar os 3. Hoje os pais vivem no Olimpo, os 3 bancam tudo. Dar dinheiro para filho torrar é muito diferente de investir em sua formação.

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    10. ESse HM (Maspimentel) é um zé mesmo, vê questão ideológica em tudo, atém em universidade pública de medicina.

      Então tá sabichão, pague UNIP e UNINOVE pra seu filho estudar "longe de maconheiros" nesses antros de excelência médica, enquanto os meus ralam pra entrar na MEDICINA PINHEIROS OU UNIFESP

      hurrrr durrr esquerda hurr durrr petê petê petê

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    11. HM, acertou o ponto do que quero dizer e sobre meu pensamento na questão de gastos com as filhas. Vejo os gastos com educação como investimento nelas para elas. Neste caso, tudo que eu puder oferecer, desde que não comprometa o meu padrão de vida, vou oferecer, como investimento. O que não quero e não vou fazer é jogar dinheiro fora para criar uma vida de luxo e desperdício que teriam efeito contrário na formação delas.

      Sobre as universidades públicas eu já tenho uma opinião ligeiramente divergente. Acredito que exista ideologia na universidade pública, mas isso existe em todos os locais. Algumas universidades públicas, sobretudo as estaduais de SP tem excelentes condições e formação.
      Acredito que temos que expor os filhos aos diversos ambientes e desde que eles tenham a formação com valores adequados, isso não será um grande problema e na verdade, a exposição a ambientes diversos, como estes supostamente tomados por "comunas", pode ser saudável para a formação como seres humanos.

      Abraços

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  6. Gostei do post e das reflexões, mas acho um erro enorme você ainda buscar ser empregado de outra pessoa aos seus 41 anos de idade. Eu particularmente não consigo me imaginar nessa posição tendo essa idade.

    Enfim meu amigo , acredito que o caminho seria trabalhar para você mesmo, buscar algum empreendimento que bate com oque você gosta de fazer, aliás , oque você gosta de fazer ?

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    1. Peão, não tenho problema em trabalhar para os outros, desde que, como falei, seja bem pago ou pelo menos tenha um ambiente de trabalho e projeção que me dêem prazer.
      Nunca tive viés empreendedor, desta forma sinto um pouco de dificuldade de começar a empreender agora, mas todas as possibilidades estão na mesa.
      Abraços

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    2. Peão, ainda sobre seu comentário, sobre o que gosto de fazer, este é um dilema. Sou da área de TI, mas naveguei por gestão de projetos e embarquei na área de negócios de empresas de tecnologia. Eu gosto de liderar equipes para resolver problemas de negócio envolvendo tecnologia. Estou estudando/escrevendo bastante sobre transformação digital. Tem muita gente ganhando dinheiro com esta onda, só preciso acertar o caminho.
      Abraços

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    1. Chimp,
      Considerei mas tenho uma preguiça, rs
      Tô brincando, é uma possibilidade, mas quero fugir do tradicional, como por exemplo comprar uma franquia. Pretendo investir em alguns projetos paralelos associados a transformação digital, start-ups, etc
      Abraços

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  8. A medicina está aviltada há tempos... Esses 8 mil mensais, que se bobear fica em.mais, podem até não retornar no fim das contas... Eu investiria em levar as meninas para fazerem um High school nos EUA e, com o high Scool debaixo do braço, um College. Outro naipe... Pretendo fazer isso com a minha filha futuramente, sendo que hoje ela tem 03 anos.

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    1. Unknown, isso é relativo, falavam isso da odontologia e conheço dentistas que ganham muito dinheiro. Tenho médicos na família que se formaram há menos de 10 anos e acumularam um baita patrimônio ganhando cerca de 50k ou 60k por mês.
      Como toda profissão, existem uns que ganham mais dinheiro que outros.
      Abraços

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  9. Não quero ter filhos antes dos 35 anos pois quero que os meus herdeiros tenham as maiores probabilidades de se darem bem na vida. Isso não é sinônimo de mimar, muito pelo contrário. Quando o(a) mais velho(a) tiver 15 anos eu terei 50 e nessa época estarei em um excelente estágio de minha vida financeira, podendo até imigrar para um bom país onde ele fará um bom ensino médio para entrar em uma boa universidade. Isso deverá acontecer por volta de 2052. Não tenho tantas esperanças para o Brasil, nem para o mundo, na verdade, mas o Br parece afundar em uma velocidade astronômica comparada com outras nações.

    Quero atingir a fluência em inglês antes da paternidade pois desde cedo pretendo dar uma formação bilíngue para eles. Se nessa época ainda estiver aqui no BR, pretendo matriculá-los em uma escola internacional ou católica - os ambientes nessas são mais saudáveis - até o 6o Ano - onde poderão ingressar em um colégio militar. Eles terão meu apoio para tudo, menos para se perder na vida. Quando entrarem na adolescência eles terão de começar a estagiar ou trabalhar como aprendiz. Acho que um pouco mais cedo já posso ensiná-los a serem microeempreendedores pela internet.

    Eu sou pobre e sei como uma criação errada pode ferrar a vida de alguém. E cara, se eu não tivesse uma mentalidade mais madura não sei o que seria de mim. Não tenho nenhuma cidadania estrangeira por ancestralidade - mas pretendo adquirir uma como investidor. Talvez facilite as coisas.

    Agora EI, não cometa a burrada de dar carro 0km e ap de graça para as filhas. Isso já é mimar e sinceramente estragará qualquer chance delas se darem bem.

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    1. Anon, ter filhos é muito bom. Acho que 35 anos é um limite, eu tive com 30 e não me arrependo de nada, muito pelo contrário, quanto mais tempo com os filhos melhor. Se tiver filhos muito velho, vai ter menos tempo com eles, é uma realidade.

      Sobre o Brasil, eu tb não tenho uma expectativa muito grande, acho que em no max 10 anos a esquerda volta com força ao poder e vai ser aquele Deus nos acuda.

      Escola internacional é muuuuuuito cara, as minhas estudam em escola católica. Já colégio militar eu tenho minhas dúvidas.

      Estagiar ou trabalhar como aprendiz é uma boa ideia, depende das possibilidades. As vezes tem uns trabalhos de férias. Precisa avaliar.

      Tb vim de família humilde, que se não era pobre, tinha suas dificuldades, como estudamos em escolas públicas, nunca tivemos plano de saúde e nem telefone. Sei dar valor as coisas, mas não acho que meus filhos precisam passar por isso para serem bem sucedidos. Acredito que se os valor corretos forem passados, os filhos tem grande chance, independentemente do poder aquisitivo do ambiente em que foram criados.

      Sobre carro 0km e apartamento, penso o mesmo.

      Abraços

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  10. Olá, Economicamente Incorreto,

    Realmente o ponto que mais dá incerteza pro pessoal do FIRE é calcular o marco de quando se pode parar, e parar de fato. Todo mundo fala dos 4% etc mas na hora de aplicar deve ser muito mais difícil do que se fala.

    R$8k ao mês passivo realmente é um desafio. Acho que uma possível "saída" é empreender, no sentido de uma Franquia ou algo do gênero. Já considerou? O objetivo poderia ser alguma coisa não 100% FIRE mas algo onde você trabalha menos que part time... talvez umas 2-3 vezes por semana. Comecei a pensar nessa dica por um conselho do nosso amigo Executivo Investidor.

    Acabei de conhecer o seu blog, e parabéns por tê-lo há tanto tempo e com tanto conteúdo. A finansfera precisa de mais blogs que sobrevivem ao tempo.

    Eu também comecei há pouco tempo o meu próprio site de finanças pessoais. Quando der, dá uma olhada lá:

    Abraços e seguimos em frente!

    Pinguim Investidor
    https://pinguiminvestidor.com

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    1. Olá Pinguim, seja bem-vindo!
      Exato, os 4% são o número mágico, mas na hora do vamos ver, tem que se analisar os riscos.

      O que falei dos 8k/mês foi sobre os custos com uma universidade de medicina para cada filha, mas não significa que eu tenha que ter estes gastos, pois elas podem estudar em outros cursos mais barato ou até mesmo em universidade pública, se estas permanecerem gratuitas os gastos seriam menores.

      Meu custo de vida atual superam bastante este valor, o desafio é garantir uma TSR menor que 4% para manter o meu padrão de vida com os custos atuais.

      Empreender em uma franquia eu não penso muito não, pois não, sobretudo se tiver que trabalhar em finais de semana e feriado (a maioria das franquias são de estabelecimentos comerciais com estas características). Pra dizer a verdade eu sou atualmente investidor em 2 negócios franqueados, mas atuo apenas como sócio, sem me envolver com o dia a dia.

      Já pensar em um trabalho que me possibilitaria uma flexibilidade maior eu realmente penso, mas ainda não vislumbrei muitas possibilidades que me agradem.

      Vou dar uma passara lá no seu blog. Adicionei aqui no blog roll ----------->>>>>

      Abraços e boa sorte com o blog.

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  11. Rapaz, em vez de se preocupar com TSR, que tal usar 60% dos dividendos para viver?? Assim o bolo nunca diminui. Ao contrário, vai crescer com os 40%.

    Bem, não tenho filhos, nem quero ter nunca, por ver que eles custam um dinheirão, logo não posso opinar muito sobre o que vc fará.

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    1. Anonimo,
      Não acho que seja assim não, pois os 40% da rentabilidade (estou entendendo que quer dizer) que vão sobrar podem não ser suficientes para compensar a inflação, portanto o bolo continuar crescendo seria apenas ilusório.

      Respeito quem decide não ter filhos, mas discordo que não se deva ter filhos porque custam um dinheirão. Realmente custam, mas a vida é completamente diferente, então levar em conta somente o aspecto financeiro é um erro, na minha visão.

      Abraços

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  12. Interessante seu blog, encontrei por acaso! Temos algumas similaridades. Eu também comecei a trabalhar cedo, saí do interior e fazendo carreira no Mercado Financeiro acabei, agora com 34 anos, juntando meu primeiro milhão de reais. Por ironia do destino neste momento estou desempregado e parece que o fato de ter todo esse montante (para quem chegou na cidade com R$ 2 mil reais de patrimônio) faz com que eu me "auto-sabote" em entrevistas. Estou num dilema, não sabendo se continuo procurando emprego, trabalho com renda variavel (trades, etc) pois tenho uma pequena aptidão.. Penso em retornar para o interior pois o custo de vida é a metade do que gasto na capital que resido. Tenho um filho pequeno (4 anos) e minha esposa está grávida novamente, às vezes penso que tenho que continuar trabalhando para poder propiciar a melhor educação e qualidade de vida para eles. Complicado!
    Parabéns pelo blog!

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    1. Índio, seja bem-vindo.
      Pois é, o que parece solução (ter o dinheiro), acaba virando um problema de motivação. Nossa cabeça é muito complicada.
      Sobre filhos, ainda são pequenos. Seja bem conservador na conta com eles, pois os gastos são muito altos.
      Parabéns pela gravidez e o novo filho a caminho.
      Abraços e sucesso!

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  13. Olá E.I, no atual contexto, já considerou empreender? Com planejamento é claro.

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    1. CI,
      Pensar eu pensei, venho inclusive estudando sobre empreendedorismo e gestão de negócios nos últimos anos, mas não vejo como uma realidade tão próxima dado o meu perfil e possibilidades.

      Penso em empreender em algo embrionário, como uma espécie de hobbie que eventualmente possa virar um negócio, não para genhar muito dinheiro, mas como uma maneira de me manter ocupado e ter uma renda relativa para manter um certo padrão de vida.

      Ainda não achei exatamente o que, mas existem algumas possibilidades.

      Abraços

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