Fechamento Julho 2021

terça-feira, 10 de agosto de 2021

A volatilidade segue alta no mercado financeiro, seja pela incapacidade de nosso país em controlar a pandemia (e consequências econômicas relacionadas) ou então pela instabilidade política que já dura muitos anos, potencializada nos últimos 2 anos e meio após a eleição do Bolsonaro.

Veja abaixo como anda a performance da carteira de ações:

Alocação em ações* 
Rentabilidade em Julho/21: 
+0,22% (Ibovespa -3,94%)
Acumulado no Ano de 2021: +10,60% (Ibovespa +2,34%)

*Tenho também alocação em renda fixa e no exterior, mas a carteira com a rentabilidade gerenciada e compartilhada aqui no blog é apenas a carteira de ações, uma vez que o propósito principal do blog é o estudo de investimento no mercado de ações.

Apesar do Ibovespa ter sofrido bastante no mês, a minha carteira de ações conseguiu uma performance muito acima do índice, fechando praticamente estável enquanto o índice fechou em -3,94%. Esta boa performance da carteira se deu pela significativa valorização de ações com bom peso na carteira como Hering (HGTX3) +8,7%, Grendene (GRND3) +10,0% e Weg (WEGE3) +6,0%. O destaque negativo na carteira ficou por conta de Cielo (CIEL3) -7,1% e Lojas Renner (LREN3) -6,6%, ambas com pouco peso na carteira.

Proventos

Como comentei em minha postagem anterior, além da rentabilidade da carteira, os proventos tem sido o destaque neste ano de 2021. O crescimento no pagamento de proventos neste ano se dá por dois motivos principais: 1) base de comparação fraca com 2020, uma vez que as empresas seguraram os proventos para manutenção de caixa em 2020 devido a pandemia e 2) estes proventos que foram represados estão sendo liberados em 2021 com a perspectiva de retomada econômica acelerada no pós-pandemia.

Para efeito de comparação, no acumulado do ano, de janeiro a julho de 2021, comparado com o mesmo período de 2020, houve um crescimento de 221% no pagamento de proventos. Já no comparativo de 12 meses, comparado com os 12 meses anteriores, o crescimento foi de 72%.

Considerando a expectativa de renda passiva desejada, reajustada anualmente pela inflação, a média dos proventos pagos nos últimos 12 meses já é responsável por 22,1% deste objetivo de renda. Como ainda estou em fase de acumulação e os proventos são reinvestidos (além dos novos aportes mensais na carteira), a tendência é que proporcionalmente os proventos seguirão crescendo.

Carteira Internacional

Outro destaque no meu portfolio (não contabilizado na avaliação de rentabilidade acima) é a carteira de investimentos internacionais. Atualmente esta carteira é composta pelos seguintes ETFs:

ETFAllocation
ETF Description
Target
LON:LQDA40,3%
LQDA Corporate Bonds in US Dollars
40%
LON:IWDA11,6%
IWDA Global 23 developed countries
10%
LON:IWMO11,9%
IWMO World Momentum
10%
LON:MVOL11,3%
MVOL Developed Minimum Volatility
10%
LON:EIMI10,7%
EIMI Emerging Markets
10%
LON:IWQU11,9%
IWQU World Quality
10%
LON:SAWD2,2%
SAWD World ESG Screened
10%

O ETF SAWD focado em empresas com características ESG entrou na carteira nos últimos meses por isso tem uma alocação menor.

Considerando a performance da carteira internacional, baseado em TIR (Taxa Interna de Retorno), atualmente temos:

TIR Anual em US$: 12,82%

TIR Anual em R$: 25,75% (considerando a variação combial)

Reforço que meu objetivo principal ao montar a carteira internacional foi a preservação do patrimônio em moeda forte, sobretudo pela ameaça persistente de nosso país embarcar em uma trágica aventura autoritária . Além disso, penso também em uma eventual mudança para o exterior (temporária ou definitiva) a depender do que vier a acontecer no futuro de nosso país. Atualmente a alocação em moeda estrangeira representa cerca de 12,2% da carteira de ativos financeiros.

Importante:
Este material tem propósito meramente informativo. Não consiste em recomendação financeira ou estratégica para investimentos. Para saber mais sobre as opções de investimento e receber recomendações, procure uma instituição financeira com profissionais habilitados.


10 comentários

  1. Visão sóbria e sensata. Me impressiona como a blogosfera financeira ou está totalmente calada frente às trapalhadas do governo medíocre que temos ou, em alguns casos, ainda encontra um ou outro motivo para apoiar. Isso só me faz crer que muitos desses caras têm sucesso financeiro porque ganham muito dinheiro, não porque possuam alguma inteligência.
    Estou na mesma: a depender do futuro do país, também avalio me mudar.

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    1. Anom,

      Nem me fala, penso o mesmo, mas acho que tem um pouco do que acontece comigo, pois toda vez que vou publicar alguma coisa aqui, tipo fechamento mensal, eu escrevo um textão falando um monte do governo e do presidente, mas acabo retirando as partes com maiores críticas, sobretudo para evitar haters que podem aparecer e ficar gerando ruído desnecessário. (e não tenho mais paciência pra lidar com eles)

      Penso também que no país ainda existe uma certa dificuldade nas pessoas de criticar publicamente o governo e automaticamente ser rotulado de comunista, esquerdista ou petista, o que na maioria das vezes não é o caso. Eu mesmo me esforcei muito para tirar o PT do governo (tem postagens aqui no blog criticando fortemente o governo do PT), de modo que me sinto no direito de criticar o governo atual e considerar um dos maiores desastres de nossa história política.

      Independentemente do governo, em minha vida profissional na iniciativa privada, sempre fui bem sucedido, de modo que governos de direita ou de esquerda não me incomodam muito. Minha grande preocupação é com o autoritarismo e a possibilidade de ruptura, o que seria trágico para a população e também para meu patrimônio em R$ no país.
      Abraços

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    2. Difícil é achar algum político bom para votar, são tudo pré-selecionado dentro dos partidos. Pra mim essa questão política é secundária aqui, sempre foi ruim, provavelmente sempre será. Melhor coisa é diversificar no exterior mesmo, eu vou começar esse ano. Abs

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    3. Exatamente Bilionário, não dá pra botar a mão no fogo por ninguém. A galera fica defendendo A ou B, se pegando em redes sociais, mas no fundo é briga de torcida.
      Patrimônio no exterior em moeda forte é a solução. Tenho umas postagens sobre este tema, mas se precisar de ajuda me avise para dicas.
      Abraços

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  2. Esses ETFs se não estou são os domiciliados na Irlanda? Tá usando a corretora IB? Taxa zero?

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    1. Olá SAX, sim isso mesmo, IB e os ETFs são domiciliados na Irlanda.
      Abrs

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  3. Câmbio acima de R$ 5,xx, gasolina acima dos R$ 6,00, botijão de gás acima de R$ 100,00, inflação dos últimos doze meses já nos 9%, desemprego em 14%... e aí o governo apresenta a ideia brilhante de mudar o nome do bolsa esmola e aumentar o benefício com fim exclusivo de se reeleger.

    Não, esse governo não é do PT, é do Bozonaro!! E se a gente ainda critica é porque somos comunistas ou de esquerda.

    Fala sério. Eleição no Brasil virou um Fla x Flu. Se continuar assim, quem irá perder é a população em geral ficando nas mãos de governos populistas mais uma vez.

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    1. GI, exatamente! Por isso comento que não coloco a mão no fogo por ninguém.
      O discurso é um e a execução é sempre diferente, seguindo a conveniência.
      Seja por dinheiro ou pelo poder, todos na política acabam sendo corrompidos. Acho que o pior do governo atual é esta chuva diária de imbecilidades, mentiras e coisas patéticas. Se tem uma coisa que o bozo não tem medo é de passar vergonha pelas coisas que fala.
      Esta situação me irrita profundamente.
      Diversificação internacional é a solução!
      Abrs

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  4. EI, que bom que ainda continua por aqui publicando alguns posts. Acho que é uma troca interessante, seja para a comunidade, como para você mesmo. Tomei a decisão de manter 50% do PL no exterior e 50% em reais investido em títulos atrelados a inflação. Assim, se a coisa aqui desandar de vez, tenho metade do patrimônio lá fora, e se por algum milagre fora do comum o dólar voltar a casa dos 3 reais, não vou ter perdido dinheiro durante a dolarização do patrimônio.

    Preferi manter tudo bem simples para rebalancear, praticamente tenho apenas VWRA (all word) + WSML (small caps desenvolvidos). E por aqui só IMA-B e LCIs indexadas ao IPCA.

    Outra coisa, resolvi abrir mão da reserva de emergência. Afinal manter dinheiro parado em CDI é um custo de oportunidade tão grande, que com o tempo a própria inflação e alta do câmbio esmaga qualquer benefício. O mesmo vale para renda fixa no exterior, hoje com juros próximos de zero, acabei preferindo investir a reserva de emergência em ouro. Ao menos acompanha a variação cambial, e se lá fora também desandar, deve ter uma expressiva valorização devido a fuga dos títulos americanos para outros ativos mais seguros.

    Acho que a exposição ao risco Brasil é tão grande que já basta ter emprego, família e casa por aqui. Seria um risco manter também todo patrimônio no Brasil. Por esse motivo considero importante levar a maior parte do patrimônio pra fora, onde não tem essa volatilidade absurda.

    Grande abraço

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    1. Olá Rodolpho, eu gostaria de escrever mais no blog, mas realmente deixou de ser prioridade e acabo não conseguindo dedicar muito tempo. Adoro escrever aqui e sobretudo responder a comentários e trocar ideias.

      Sobre o percentual no BR e no Exterior, eu gostaria de ter esta coragem de aumentar para 50/50, mas tenho um pouco de receio da complexidade para repatriar em caso de necessidade, seja por uma necessidade específica ou até mesmo se eu for desta para melhor e minha família tiver que lidar com este problema para a herança. De qualquer maneira minha alocação no exterior está hoje em cerca de 12% (acima do que eu imaginava inicialmente) mas pretendo chegar a 20%, considerando que quero morar um período no exterior e poderia "torrar" uma parte deste dinheiro sem precisar repatriar. Serve como um seguro caso a coisa aqui saia do controle e investimentos no Brasil percam valor.

      Meu portfólio é um pouco mais diversificado que o seu, existem vantagens e desvantagens, mas estou confortável com a alocação atual.
      Sobre a alocação em CDI, no meu caso nem é só reserva de emergência, mas cerca de 50% da minha fatia em Renda Fixa. Entendo que é uma alocação conservadora, mas estou confortável em me sentir seguro, mesmo com uma rentabilidade baixa. Por exemplo, quando o mercado despencou em março/20, tudo caiu, exceto o CDI.

      Concordo com a questão sobre a exposição ao risco brasil considerando emprego, família e casa, mas é inevitável uma vez que vivemos aqui. É importante ter uma parcela importante em moeda forte, mas no meu caso até 20% eu acho que seja suficiente considerando a complexidade/custos em caso se sucessão.

      Forte abraço

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