Abaixo à falsa frugalidade!

domingo, 27 de outubro de 2013

Amigos, muito tem se falado na blogosfera sobre levar uma vida frugal e isso já virou quase um lema para quem quer economizar para a aposentadoria. O problema é que muitas vezes as pessoas confundem frugalidade com economia extrema (ou economia burra, avareza ou ser mesquinho) onde o cidadão tem uma péssima qualidade de vida na tentativa de economizar para o futuro (aposentadoria).

Para mim, frugalidade não tem nada a ver com ser pão-duro, mas sim com saber consumir e aproveitar seus bens na sua plenitude. Comprar bens caros muitas vezes pode ser confundido com desperdício (e muitas vezes é), mas se considerarmos a utilidade do bem e até mesmo o prazer que o dono tem em possuí-lo e utilizá-lo, a relação custo-benefício fica equilibrada.
O problema são as pessoas que tem prazer em comprar um bem somente por comprar, por impulso sem necessariamente se dar conta da sua real utilidade, aí a coisa complica e passa a ser desperdício.

Warren Buffett: O ícone de Frugalidade

Acho que o maior ícone da frugalidade é também um dos homens mais ricos do planeta Warren Buffett. A sua vida razoavelmente simples, morando na mesma casa simples há, sei lá, 40 anos, ou o fato de morar em um bairro de classe média, trabalhar num escritório simples ou usar um carro barato, transforma-o num ídolo para os adeptos da frugalidade.

Respeito muito o Sr. Buffett, mas arrisco afirmar que a frugalidade dele não tem nada a ver com a sua riqueza (a não ser na forma simples de pensar). A riqueza advém de sua genialidade, talento e muito trabalho e estudo. Garanto pra vocês que se ele levasse uma vida cheia de luxo ele estaria tão rico quanto é hoje. É claro que é de se admirar uma pessoa assim, que gosta de viver com simplicidade, mas não adianta pensarmos que nós humanos pobres (de dinheiro e de talento para investimentos) temos que seguir cegamente seus preceitos para a vida social. Cada um tem que viver da forma que mais lhe satisfaça!

Por outro lado vejo muita gente falando que quer se aposentar cedo (sei lá, com 40, 45 anos). Mas gente, espera aí, isso não tem nada a ver com Warren Buffet, pois o cara está com mais de 80 anos a ainda trabalha todos os dias! E não adianda pensar que o trabalho dele é leve que não é. A pressão certamente é enorme e ele deve ter uma agenda de compromissos meio complicada. Penso que as pessoas só querem o lado bom de Buffett mas não querem trabalhar igual ele!

Frugalidade Inteligente

Bom, voltando ao tema da frugalidade quero esclarecer que também sou adepto da frugalidade inteligente aliada à qualidade de vida e não da frugalidade associada a viver na miséria. O que quero dizer com isso? Quero dizer que todo trabalhador que se preze tem que ter uma qualidade de vida (atenção para a palavra vida) compatível com seus rendimentos senão, afinal, de que adianta economizar tudo durante a vida toda, não aproveitar porra nenhuma quando está vivendo seus melhores dias para supostamente aproveitar na aposentadoria, quando nem sabemos se vamos chegar até lá com saúde. Não estou aqui pregando uma vida de exageros, mas sim uma vida que permita aproveitar bem cada momento e com economias para garantir uma aposentadoria digna.

Vejam que eu falo sempre em nível de vida compatível com a renda de cada um, portanto um gasto que pode ser exagerado para uns pode ser economia para outros e aí cabe a cada um dosar a medida para sua vida. Abaixo alguns exemplos do que EU considero dinheiro bem gasto, economia porca/burra e jogar dinheiro fora para uma família de classe média (renda familiar em torno de R$10k a R$15k:

Dinheiro bem gasto
Economia porca
Jogar dinheiro fora
Comprar um smartphone na promoção ou com plano de fidelidade/minutos compatível com seus gastos
Andar com celular forreta ficando impedido de acessar coisas necessárias na Internet
Trocar de smartphone todo ano (ou a cada 6 meses) pra ficar na moda
Comprar um vinho de R$100 umas 2 ou 3 vezes por ano, para ocasiões especiais
Comprar vinho ruim, sabendo que é uma porcaria mas mesmo assim só tomar isso mesmo em ocasiões especiais
Comprar vinhos caros (mais de R$100 todo mês ou compras vinhos de mais de R$300 sem ter noção do que está bebendo
Ir a bons restaurantes em ocasiões especiais (aniversário, aniversário de casamento, comemoração de promoção no trabalho)
Nunca ir a bons restaurantes
Ir a restaurantes caros toda semana ou várias vezes por mês
Comprar um relógio caro (ex. R$ 3k), de qualidade, uma vez na vida para se sentir bem com uma jóia
Comprar relógios falsificados ou porcarias que mostram a hora mas mancham sua imagem perante outras pessoas
Comprar muitos relógios caros ou um super caro (mais de R$10k) pra manter guardado (quem vai arriscar usar um negócio destes na rua?)
Ter um carro bom, com algum luxo/ acessórios, bom motor que exija baixa manutenção
Andar com carro super velho, sem acessórios (vidro elétrico, ar condicionado ou direção hidráulica)
Trocar de carro todo ano, comprar um carro super luxuoso e grande que não cabe nem na garagem ou comprar carros super esportivos (ex. Camaro)
Idem acima, comprado à vista
Economizar em itens de segurança no carro como pneu recauchutado ou equipamentos inadequados
Comprar um carro sem ter dinheiro para pagar (financiado) ou para manter
Pagar contas no cartão de crédito e pagar a fatura em dia
Não comprar nada
Usar financiamento do cartão de crédito (não pagar o valor total no vencimento)
Comprar roupas boas de marca com reputação (nem sempre caras) que te deixam com boa aparência e relativamente atualizado em relação à moda
Usar roupas antigas, velhas ou compradas em baciada, feira, etc
Comprar só roupas de marca cara (luxo) e/ou renovar o guarda roupa todo ano
Comprar eletrônicos que te ajudem no dia a dia e/ou te dão prazer (ex. Televisão boa, iPad, Notebook, video-game)
Não comprar equipamentos tornando a vida mais complexa ou menos prazerosa (ou então comprar equipamentos de marca duvidosa/porcaria)
Comprar equipamentos top de linha, quando são lançados e trocar sempre que um novo modelo é lançado
Investir na educação dos filhos colocando-os em boas escolas (com condições de pagar) – mensalidades entre R$800 e R$1,5k (São Paulo)
Deixar os filhos estudarem em escolas ruins (pública ou privada) tendo condições de colocá-los em escola melhor
Colocar o filho na melhor escola da cidade pagando mais de R$2k ou R$3k de mensalidade
Viajar de férias todos os anos, alternando viagens econômicas (casas/sítios de parentes) com viagens um pouco mais caras (resort no nordeste, Orlando/Disney, Europa, Nova York), aproveitando crescer culturalmente. Não precisa fazer uma viagem cara todo ano!
Nunca viajar ou fazer somente viagens super econômicas
Viajar para Disney todo ano
Hospedar-se em hotéis com bom custo benefício esporadicamente
Ficar em pulgueiros, albergues e afins (com família é melhor nem viajar)
Gastar uma fortuna com hotéis muito bons em viagens sendo que fica mais tempo fora do que no hotel

Existe ainda uma situação excepcional que se aplica para quem viaja ao exterior (à trabalho ou lazer) com certa periodicidade que é a possibilidade de adquirir bens de consumo por preço muito inferior (considerando exemplos acima roupas, relógios, vinhos, eletrônicos pequenos, etc). Neste caso, comprar aqui no Brasil, dependendo do item, torna-se jogar dinheiro fora, principalmente se o item pode esperar para ser comprado na próxima viagem.

Você já parou pra pensar se está dosando seu nível de frugalidade adequadamente?

Abraços!

Leituras interessantes sobre o tema:

Blog Valores Reais: http://www.valoresreais.com/2010/04/12/o-que-e-frugalidade/

Blog Você mais Rico (Exame.com) / Conrado Navarro: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/voce-mais-rico/2010/11/09/o-papel-da-frugalidade-e-da-disciplina-na-construcao-de-riqueza/

Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Frugalidade

20 comentários

  1. não é beem assim. o buffett chegou a fazer um berço de caixote de verdura pro primeiro filho do casal, comprava 5 ternos por ano, na cor cinza, no lugar mais barateiro de omaha.

    quando a filha dele se casou, nem presente ele deu. os filhos dele sempre se viraram como puderam apesar do pai já ser rico.

    ele mudou, segundo a historia, depois de conhecer kate graham, a herdeira do washington post, que o fez mudar de tipo e gastar mais dinheiro consigo e com a família, pois ele mesmo sempre foi muquirana e aparentemente nunca teve arroubos de consumismo.

    claro que o mais do pão durismo dele foi quando ele era bem jovem e menos capitalizado...

    isso tudo ta na biografia dele, que irei postar em breve...

    aplico na minha vida boa parte do que voce falou, e estou ensinando minha familia a fazer o mesmo, embora eu puxe bastante pro lado sovina mesmo. Odeio a economia porca, apesar de esticar cada centavo do meu dinheiro até onde der (não se esqueça de que estou pouco capitalizado -- segundo ano de economias -- e que até dividas ainda tenho). Daqui uns anos, mudarei muitas coisas, mas sempre tendo em vista o custo x beneficio e poderei ser mais indulgente comigo, passando mais tempo no clube de tiro, com a minha futura espanhola... (espingarda, claro! kkk)

    Prefiro não ter uma coisa que ter um meia boca (ex. relogio, apesar de não ter nenhum, não compraria um falso de marca...), ou ficar postergando coisas importantes... ou jogar dinheiro fora em bobagens.

    Infelizmente, conheço gente que é tão pobre que só tem dinheiro. Os filhos não veem a hora do velho morrer pra voar na grana dele. Tem rios de grana, terras, mas nega o básico até pra esposa, não faz nada de bom nem pra si nem pros outros, vive uma vida idiota e sem sentido...

    o que ficou faltando dizer, acredito, é a pessoalidade do ponto de equilíbrio... eu por exemplo não vejo graça em viajar pra fora (nunca fui, nem tenho vontade!), mas gosto de acampar, então isso pra mim é importante; pra minha irmã, por exemplo, nem pensar em acampar e passa boa parte do tempo de férias fora, todo ano... Tem gente que precisa ter a casa de moradia e uma casa de praia; Buffett ia pra praia e ficava lendo os relatórios anuais, enquanto a mulher e os filhos iam brincar na areia... essa era a diversão dele!
    abraço e parabens pelo post.

    victor

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    1. Oi Victor,
      Temos pensamento parecido com relação a até onde deve ir a frugalidade. A questão da pessoalidade eu tratei no parágrafo onde disse "Vejam que eu falo sempre em nível de vida compatível com a renda de cada um, portanto um gasto que pode ser exagerado para uns pode ser economia para outros e aí cabe a cada um dosar a medida para sua vida".
      Com respeito ao Buffett, eu não estou dizendo que ele está errado, alías eu tb li a biografia dele. Eu só acho que é exagero misturar a simplicidade dele com relação às despesas ao sucesso financeiro, que está mais relacionado à genialidade dele.
      Valeu pela visita e o comentário com atenção!
      Abraços!

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  2. Cara, excelente texto!!! Tenho a mesma visão que você neste ponto!!!

    Vou um pouco mais longe: você precisa gastar dinheiro com o que lhe dá prazer e, ao mesmo tempo, não pode comprometer seu planejamento.

    O problema é essa frugalidade louca. Tem gente que ganha tão pouca e fica economizando loucamente. É muito melhor investir em si mesmo e buscar melhores salários do que passar a vida comendo o pão que o diabo amassou.

    Já escrevi sobre isso tb:
    http://di-finance.blogspot.com.br/2013/05/avareza-frugalidade-burra.html

    []s!

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    1. Opa Dimarcinho, é isso mesmo. Gostei de seu post também, mas tem um enfoque diferente já que trata dos supostos "benefícios" com respeito ao tamanho do aporte e o impacto no planejamento financeiro.
      Acho importante aportar forte, mas ninguém pode esquecer de viver. Isso parece aquela situação que o cara fica o tempo todo dizendo "quando eu me aposentar eu vou viajar, fazer isso ou aquilo" e quando chega lá os filhos já estão grandes e muitas vezes ele nem tem mais saúde pra curtir. Além disso fica arrependido de não ter vivido plenamente quando podia.
      Muitas das coisas que eu disse com respeito às compras estão muito relacionadas à investimento na carreira, pois você comprar uma roupa melhor, um relógio, uma caneta, sei lá, pode trazer benefícios à sua imagem na empresa.
      Bom, é isso aí, valeu pela visita.
      Abraços!

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  3. Esse negócio de frugalidade que pregam por aí não passa de marketing para atrair visitas e adsense. Basta ler, rir e ignorar.

    O que dá prazer é fazer o que gosta e comprar o que dá prazer, sem necessidade de ostentação.

    Como o Dimarcinho disse, quem ganha pouco e é jovem, não tem que se preocupar com bolsa e Selic. Precisa mais é se aprimorar na profissão e atingir um salário decente. A partir daí, sim, começar a poupar com fins previdenciários, já quem em algumas décadas nosso INSS não vai mais dar conta de nada.

    A tabela comparativa ficou muito boa!

    Para finalizar, Buffet é um homem enigmático, pois ao mesmo tempo que se comporta como um pão-duro de carteirinha, ele é um dos maiores filantropos do mundo. Ele defende que os mais ricos devem pagar mais impostos e disse que o governo americano deveria parar mimar a classe mais abastada. E para não ser um hipócrita, ele aplica esse pensamento com os próprios filhos, não permitindo que eles esbanjem a fortuna que receberão de mão beijada.

    Acho muito difícil criticar um cara que poderia ter 10 Lamborghini na garagem (o "Latindo" tem coleção de carros luxuosos), mas que doará a maior parte de sua fortuna para a caridade. Resumindo: é um homem admirável, muito a frente de seu tempo.

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  4. Troll, está questão de Frugalidade está virando uma hipocrisia sem tamanho, pois é politicamente correto falar sobre isso. É obvio que é indevido desperdiçar recursos, mas isso não significa que temos que economizar ao extremo e esquecer de viver.
    Que bom que gostou a tabela.
    Com relação ao Buffett, não me entenda mal, eu acho que ele é realmente um cara formidável em todos os aspectos e não tenho nenhuma crítica a ele (quem sou eu!). O ponto foi apenas para dizer que isso não tem muito a ver como a fortuna dele, pois muitas pessoas ricas que esbanjam são tão ricos quanto (assumindo que após US$5Bi na conta não existe escala de riqueza, pois todos já estão num mesmo patamar). Veja o caso do Jorge Paulo Lehmann. Não me parece um cara frugal e mesmo assim tem o que tem. Mais importante que a frugalidade, no caso do Buffett é o pensamento simplista sobre os negócios e a genialidade.
    Abraços!

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  5. É isso ai EI,

    O post ficou gigante..rs mas concordo contigo, deve se manter uma vida frugal, mas não se pode deixar de viver! E se comprar um celular smartphone por exemplo vai te trazer facilidades no dia a dia isso não se torna um gasto e sim investimento.

    Abraço,
    IM.

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    1. IM, é isso mesmo, temos que diferenciar os gastos dos investimentos.
      Abraços

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  6. Olá EI,

    Gostei do seu texto, mas na minha visão a frugalidade vai um pouco abaixo do que vc pregou seu texto.
    Nesta ordem, avareza->frugalidade->conforto->luxo
    Sua "frugalidade inteligente" vejo mais como conforto.
    E para a maioria dos brasileiros (de renda baixa, supondo que nunca conseguirão altos salários) acho que nunca conseguirão nem uma aposentadoria digna se desejarem este conforto todo. Só há 2 caminhos. Ou aumentar a renda ou diminuir fortemente as despesas.

    Vou ter que escrever um post sobre isto em breve. Não vou conseguir comentar tudo aqui.
    Neste momento, só vou citar exemplo que mais me incomodou:
    "Comprar um relógio caro (ex. R$ 3k), de qualidade, uma vez na vida para se sentir bem com uma jóia."

    Temos que tomar muito cuidado com isso. Comprar objetos pensando que eles compram sua alegria e outros sentimentos. Isso é ilusão. Depois de alguns anos vc nem vai ligar para este relógio caro.
    Hoje nem uso relógio. Vejo horas no celular, no computador. Isso é ser avarento? No meu ver, não. Apenas não preciso.

    Não sei se vc conhece este vídeo. Vale a pena ver.
    Cita suas roupas, suas marcas e outras coisas mais:
    https://www.youtube.com/watch?v=vetJ7cOeaYg

    Abs!


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    1. José Silva, realmente penso que existem diversos níveis de frugalidade e esta deve ser condizente com o nível de vida de cada um (como eu disse no texto). A minha maior crítica foi ao fato de que as pessoas pregam que é bonito ser frugal ao extremo e no meu entendimento isso muitas vezes é hipocrisia (ou demagogia), pois as pessoas que pregam isso muitas vezes não exercem.

      O exemplo que eu dei sobre o relógio, não é no sentido da satisfação unicamente pela compra, mas a satisfação de isso representar algo na sociedade em que você vive. Eu sou um sujeito que nasci e fui criado de forma humilde. Minha mãe veio da Europa para o Brasil na época do pós guerra então você deve imaginar o cenário onde eu cresci. Até hoje minha mãe não desperdiça nada, pois foi a forma como ela foi criada e com razão.

      Mas voltando para minha vida, apesar de ser simples e relativamente frugal (ou viver com conforto, como você disse), eu convivo em um meio (no trabalho) com pessoas abastadas e de alto nível (diretores de empresas) e cada vez mais eu tenho que investir em mim (me vestir melhor, usar relógio de marca, carro bom) para ser bem reconhecido neste ambiente, pois o contrário iria prejudicar a minha carreira. É um assunto complexo e agradeço sua atenção e comentários.
      Abraços.

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  7. Cadê os comentários do Pobretão? kkkkkkkkkkkkkkkk

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  8. Eu acho que dá pra ter um equilíbrio sensato entre o que você ganha, o que aporta e um pouco que gasta para ter algum conforto e de quebra mostrar algum status.

    Apenas um adendo: carro é seminovo.

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    1. Marco, eu tb sou à favor do equilíbrio com conforto, que é o que acontece em qualquer país civilizado, o problema é que aqui no Brasil o desequilíbrio da renda é muito grande e pouca gente tem a chance de ter um mínimo conforto.
      Com relação ao carro, certamente o seminovo é a melhor opção do ponto de vista financeiro, mas se for para ficar com um carro por longo prazo (mais de 5 anos) a diferença não é tão grande e neste caso ter um carro que você conhece desde que ele "nasceu" pode fazer a diferença para algumas pessoas. Eu já comprei carros novos e seminovos e não me arrependo nem de uma coisa nem de outra.
      Valeu pela visita.
      Abraços

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  9. Eu não acho que Buffett teria a mesma fortuna que tem hoje, se desde o começo ele tivesse tido uma vida de luxo desde que era jovem. Com certeza ele teria o mesmo desempenho (falando em porcentagem) nos seus investimentos. Porém, cada vez que você economiza, sobra mais para investir, então, o retorno de alguém que tinha R$1 e transformou em R$2, é o mesmo de alguém que tinha R$1,000,000 e transformou em R$2,000,000, ambos tiveram 100% de retorno, porém, em termos de valores reais, R$2, mesmo que tenham sido um bom retorno, não paga uma passagem de ônibus. Quando se tem pouco, qualquer diferença de gasto gera uma grande diferença (em porcentagem) de capital próprio e de capital a ser investido. Ex: Tenho 22 anos e 100k hoje, e gasto 3k (3% do meu capital) num relógio. Sendo assim, restou apenas 97% para ser investido. Porém se eu investisse esses 100k durante 20 anos, sem ter esses gastos de luxo desnecessários, eu poderia transformar estes 100k em 10kk, sendo assim, o relógio tem o mesmo preço para o cidadão que tem 1k, 10k, ou 100k, porém, qual a porcentagem que ele representa do seu capital? Quanto uma Ferrari de R$2,000,000 representa para alguem que tenha R$10,000,000? 20%. E para alguém que tenha R$100,000,000? 2%. O preço da Ferrari é o mesmo, o momento que você compra faz a diferença.

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    Respostas
    1. Leonardo, eu não discordo de você, e veja o que coloquei no texto:

      "eu falo sempre em nível de vida compatível com a renda de cada um, portanto um gasto que pode ser exagerado para uns pode ser economia para outros e aí cabe a cada um dosar a medida para sua vida"

      Desta forma, tudo depende da sua renda e do momento financeiro. Eu falei no exemplo do relógio para alguém com uma renda de R$ 10-15k. Se for para você se sentir bem e gastar R$ 3k na aquisição de um bem, na prática você está adiando seu plano de aposentadoria em 8-10 dias. É claro que uma pessoa que tem uma cultura de economia versus uma com cultura de gastos exagerados, vai ganhar muito tempo, mas se você não exagerar nos gastos e levar uma vida confortável, pode ter que adiar sua aposentadoria em 1 ou 2 anos, o que pode não ser tão ruim se considerar que levou uma vida muito mais confortável por 20 ou 30 anos.

      Mas no fundo é tudo uma questão de bom senso.

      Com relação ao Buffett, o problema é que o pessoal, de uma forma geral, parece considerar que ele só é rico por levar a vida que leva e eu discordo. talvez ele não fosse tão rico, principalmente se tivesse exagerado no luxo no começo da vida, o que poderia tê-lo levado à falência antes mesmo de enriquecer, mas novamente é tudo uma questão de bom senso, se depois de ter ficado um pouco mais rico ele tivesse comprado uma casa melhor ou um carro melhor, isso não faria muito diferença na sua riqueza.

      Abraços e obrigado pelo comentário.

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  10. O momento que eu disse na última frase, é o seu momento financeiro.

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  11. 10.000 a 15.000 por mês... "classe média"?!?!

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  12. Se você passar metade da vida de modo frugal,dificilmente vai adquirir novos hábitos depois disso. Tiro por exemplo o meu pai, trabalha a 40 anos sem ter tirado férias maiores que uma semana, nem adianta levar ele pra praia que ele não vê graça naquilo. Acho que o que proporciona prazer para ele é o trabalho. As pessoas difícilmente mudam, pra quem nasceu pobre é um estilo frugal que ajuda a melhorar de vida e não vai ser na maturidade, depois de muito sacrifício que o cara vai mudar.

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  13. Se você passar metade da vida de modo frugal,dificilmente vai adquirir novos hábitos depois disso. Tiro por exemplo o meu pai, trabalha a 40 anos sem ter tirado férias maiores que uma semana, nem adianta levar ele pra praia que ele não vê graça naquilo. Acho que o que proporciona prazer para ele é o trabalho. As pessoas difícilmente mudam, pra quem nasceu pobre é um estilo frugal que ajuda a melhorar de vida e não vai ser na maturidade, depois de muito sacrifício que o cara vai mudar.

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